domingo, 10 de março de 2013

São José dos Pinhais se destaca na produção de vinhos finos

A vinícola fica localizada em Saltinho da Malhada -São José dos Pinhais

O projeto de cerca de R$ 2 milhões saiu do papel em meados de 2007, quando teve início o trabalho de preparação do solo para receber as mudas importadas.

 Vinícola Araucária


Fruto e desejo de inovação, associa espaço e tecnologia na elaboração de vinhos finos, fazendo parte do novo tempo da vitivinicultura brasileira ampliando a geografia dos vinhos finos do Hemisfério Sul, que tradicionalmente se situa entre os paralelos 30°S e 50°S (Chile, Argentina, Uruguai e o sul do Rio Grande do Sul).
Aceitando o desafio de produzir vinhos finos no paralelo 25°S, a Vinícola Araucária está situada a apenas 40 quilômetros de Curitiba, praticamente aos pés da Serra do Mar. Com sete variedades de uvas européias – cinco francesas e duas italianas - a vinícola produz o espumante Poty, da uva Chardonnay, e o tinto Angustifólia, da uva Cabernet Franc. 
O preparo da terra para o cultivo de uvas começou em meados de 2007 e o plantio das variedades européias foi feito em 2009. Numa área de três hectares (30 mil metros quadrados), mais ou menos a 980 metros de altitude, são cultivadas as uvas francesas Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Pinot Noir e Viognier e as italianas Nebbiolo e Teroldego. Já a vinícola teve a sua construção iniciada em 2008.


As uvas começaram a ser cultivadas em sistema de espaldeiras no chamado paralelo 25°S, área que fica fora da tradicional faixa de cultivo do Hemisfério Sul, concentrada entre os paralelos 30°S e 50°S, que abrange grandes regiões produtoras como Chile, Argentina, Uruguai e parte do Rio Grande do Sul.
“Mesmo sem qualquer experiência regional no plantio de espécies refinadas, aceitamos o desafio. Acho que tínhamos bebido muito vinho”, brinca o grande entusiasta do projeto e diretor da vinícola, Renato Adur, que já foi secretário de estado do governo Requião, deputado e coordenador da campanha política de Ratinho Júnior à prefeitura de Curitiba.
A estreia da Vinícola Araucária foi com o tinto Angustifólia, da uva cabernet sauvignon, e com o espumante Poty, da uva chardonnay. Os nomes fazem referência a dois ilustres símbolos paranaenses: o artista plástico curitibano Poty Lazzaroto e a araucária, cujo nome científico batizou o tinto da vinícola. As uvas ainda estão em processo de adaptação, mas os dois lançamentos provam que a região tem potencial para vinhos finos. “No começo mais espumantes do que tintos, mas ambos de boa qualidade”, afirma Renato.
Comparada às grandes vinícolas chilenas, argentinas e gaúchas, a produção da Araucária é modesta. Na primeira safra, colhida em 2012, foram produzidas quatro mil garrafas de espumante e tinto. Neste ano, a grande incidência de chuvas na região em fevereiro fez com que a colheita fosse adiantada em 15 dias, mas a expectativa é produzir 10 mil garrafas com o aproveitamento de duas novas variedades: cabernet franc para o vinho tinto e viognier para o espumante. “Estamos trabalhando entre o cenário ideal e o possível”, afirma o engenheiro agrônomo e sócio da Araucária, Adolar Adur.
Embora pequena, a produção não tem nada de artesanal. No espaço de 460 metros quadrados destinado à fabricação de vinho e espumante, boa parte dos equipamentos veio de fora, da França e da Itália.
Tecnologia é a grande aliada do projeto
Da preparação do solo até a colheita da segunda safra de uvas para a produção de vinhos e espumantes, já se vão cinco anos. De acordo com o engenheiro agrônomo Adolar Adur, estima-se que sejam necessários, no mínimo, mais cinco anos de pesquisas e monitoramento das condições climáticas da região, qualidade do solo e resposta das variedades europeias a esses fatores para atestar a viabilidade do negócio.
Diferentemente de outras regiões com tradição na produção de uvas e vinhos de alto nível, a iniciativa em São José dos Pinhais começou do zero. “Estamos bancando todos os estudos de clima, medição de chuvas, temperatura, do teor de açúcar, entre outros, para criar um histórico de adaptação e produtividade de cada uma das variedades. Até agora os resultados têm superado as expectativas, mas esse é um negócio de longo prazo”, afirma Adolar.
A tecnologia empregada em todos os processos da vinícola tem sido uma importante aliada. Começou no campo, com a análise e correção do solo e escolha minuciosa de variedades europeias de locais de boa procedência. Na produção do vinho, os equipamentos são de ponta: tanques de aço inoxidável com sistema de controle de temperatura, prensa pneumática para esmagar as uvas mais suavemente e barricas de carvalho importadas da França para armazenar a bebida adequadamente.
Com a ajuda da tecnologia e de profissionais com conhecimento e experiência, a Vinícola Araucária trabalha agora para melhorar a qualidade do “terroir”, palavra francesa que representa um conjunto de fatores que influenciam a qualidade do vinho, mas basicamente solo, planta e clima. Afinal, dizem os especialistas no assunto, é no vinhedo que se define a qualidade do vinho.

http://www.vinicolaaraucaria.com.br/
fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1352185&tit=Regiao-de-Curitiba-quer-se-destacar-em-vinhos-finos#.UT0M0wJwWbY.facebook


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